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sexta-feira, 23 de junho de 2017 - 19h

Cine-debate: Encarceramento Feminino #30DiasPorRafaelBraga

A realidade do cárcere feminino é triste e solitária e, ao longo dos últimos anos, vem crescendo assustadoramente o número de mulheres inseridas nessa realidade. Mulheres negras são as mais afetadas por esse sistema seletivo - decorrente do racismo institucional - e, especificamente, a Lei de Drogas é uma das maiores responsáveis pelo aumento do encarceramento feminino.

O Estado não se preocupa com a segurança, saúde e condição mental dos presidiários, não poderia ser diferente com mulheres nessa situação. Há muitos relatos de abusos aos Direitos Humanos dessas presas, que não recebem as condições propícias para atender suas necessidades primárias. Muitas delas, durante a gravidez, também não recebem os devidos cuidados e entram em trabalho de parto ainda algemadas.

O caso do Rafael Braga demonstra profundo descaso para com os encarcerados e uma das faces da seletividade penal e o problema latente do encarceramento em massa. A atividade tentará mostrar que essa também é uma realidade e preocupação crescente na vida de mulheres, que também são alvos da Lei de Drogas.

Será exibido o filme "O Cárcere e a Rua" para que o público possa ter uma demonstração da realidade dessas mulheres, que tem suas vidas modificadas e serão eternamente marcadas pelo sistema prisional brasileiro.

Convidadas para o debate:

Caroline Bispo:
Advogada e Representante do "Elas Existem - Mulheres Encarceradas". O Grupo de Trabalho e Estudo "Elas Existem" tem por objetivo expor as mazelas do sistema prisional, mas principalmente dar visibilidade as mulheres encarceradas e as meninas que cumprem medida socioeducativa de internação.

Hilem Oliveira:
É advogada e mestranda do Programa de Ciências Humanas e Sociais da UFABC, onde estuda a violência institucional de gênero no aprisionamento feminino, mais especificamente no que diz respeito a maternidade dentro do cárcere. Coordena dois grupos: um de estudos, com questões mais teóricas sobre ciências criminais e direitos humanos no IBCCrim e um de diálogo, o GDUCC, de promoção de diálogo dentro cárcere, mais prático, que é vinculado ao departamento de direito penal e criminologia da USP - atualmente está "acontecendo" no presídio Adriano Marrey.

Nathalie Fragoso e Silva Ferro:
Graduada em Direito pela Faculdade de Direito Universidade de São Paulo e doutoranda na mesma instituição.
Advogada integrante do coletivo de advocacia em direitos humanos. Pesquisadora sobre mulheres no cárcere.