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quinta-feira, 11 de abril de 2019 - 19h

Apoio mútuo, auto-aprendizagem e a violência do Estado em Oaxaca

2019 completam 110 anos da morte do educador anarquista Francisco Ferrer y Guardia, uma das grandes figuras da educação anarquista e pedagogia libertária. Por isso, a Biblioteca Terra Livre, realizará uma série de atividades ao longo do ano, lembrando de sua história, luta e, principalmente, o sonho de um mundo livre de hierarquias, exploração e opressão da classe trabalhadora e de toda a humanidade.

Para esse quarto encontro chamamos o professor João Branco com doutorado em educação pela FEUSP - Faculdade de Educação da USP, do GPEL - Grupo de Pesquisa Poder Político, Educação, Lutas Sociais, para conversarmos sobre o cenário de violência e agressão impostas aos povos originários do sul do México e o papel dúbio que a denominada "educação indígena" desempenha neste contexto, na maioria das vezes atuando como agente central de devastação cultural, mas também sendo alvo de intervenção/apropriação por parte de comunidades índias do Estado de Oaxaca. Esta apropriação tem como orientação principal os modos próprios de aprendizagem dos povos originários, que se baseiam fundamentalmente no modo de vida dos povos originários oaxaquenhos, sendo organizado em torno do coletivismo e da reciprocidade; do apoio mútuo enfim, o que guarda inúmeras aproximações com a militância magonista do início do século XX. Surgiram então modelos alternativos de aprendizagem que se fortaleceram ainda mais ao combinar a força da organização comunitária índia com a proposta pedagógica do movimento docente oaxaquenho, o que levou a uma resposta ainda mais violenta por parte do Estado.